sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Madrid: com paella, touradas e "bale", na calorosa Espanha

Finalmente chegamos em Madrid, a capital espanhola. A recepção foi das mais gélidas possíveis: algo em torno de 1ºC. Pasmem vocês, ficamos das seis horas da manhã até as nove, esperando o sol raiar. Quando já não tinha mais graça, amanheceu! Enquanto isso não acontecia, ficamos numa cafeteria, o único estabelecimento aberto (já que era tão cedo, pois chegamos na rodoviária às cinco da manhã) e que poderia nos fornecer um calor por mais razoável que fosse. A garçonete era boliviano, e com muita simpatia nos recebeu. Creio que ela ficou feliz naquele dia, pois de uma só vez, seus primeiros clientes acabaram com todo o estoque de salgados e doces. Estávamos famintos e coemos tanto, que nem se fosse de graça esvaziaríamos a dispensa, hehehe. Até a máquina de café pediu um basta...e por incrível que pareça, o tempo não passava e nosso principal motivo para estar no café (que não era a fome) não nos deixava.

Depois de alguns euros gastos saímos para desbravar os arredores do hostel, já que nossas malas estavam lá e só poderíamos entrar depois do almoço (horário do checkin). Andamos bastante e assim fomos conhecendo várias coisas. Se não fosse uma vontade irritante de fazer xixi, minha manhã seria mais proveitosa. Entrei em mais de dez igrejas católicas (todas deslumbrantes), mas banheiro era um mito! Só depois de muitos arrodeios encontramos um mercado e, para risadas, não só eu, mas todos do grupo já estavam apertados. Nos três dias que lá ficamos conhecemos muitas coisas, mas não tudo, haja vista que Madrid é uma metrópole. Só o Aeroporto é uma monstruosidade de grande! No primeiro dia ainda, conhecemos a Plaça del Mar, algumas igrejas, monumentos e prédios legais. No segundo dia, visitamos o Palácio Real, que tem uma movimentação maciça de turistas e por isso, atrai muitas pessoas com seus números e espetáculos, a fim de ganhar umas poucas moedas. Vimos sinfonias feitas apenas com taças de cristal e dedos molhados, cavaleiros sem cabeça, caixa sanfoneira, saxofonistas e suas cativantes melodias, e tantas outras atrações. Visitamos ainda a Catedral (mas não entrei porque tinha que pagar 4€), e o Jardim do Palácio, quase infinito em seu tamanho. Encerramos o dia com um maravilhoso kebab,com direito a batata frita de cortesia.

No terceiro dia visitamos o Parque del Retiro, com sua magia. Os parques europeus são excelentes. Limpos, simples e grandes. Esse parque, em especial, tem vários atrativos, como o Palácio de Cristal e o lago dos barquinhos. Além disso, aproveita-se para respirar ar limpo e ser espectador de vários espetáculos, como um homem e seu cão adestrado fazendo brincadeiras com crianças que frequentavam o local.
Como estive aqui no Reveillon, não poderia deixar a data passar em branco. Assim, juntei-me com colegas mexicanos, espanhois, colombianos, chilenos e é claro, brasileiros, para fazer-mos um jantar como pequena comemoração. Como não sei cozinhar, fiquei com a lavagem dos pratos. Foi um momento simples, mas sincero...entre pessoas que estavam longe de suas famílias e acabando de se conhecer, aproveitou a situação para vivenciar essa experiência.
Logo após, seguimos para Puerta del Sol, onde á meia noite testemunhei uma show de champagnes estourados. Fui na promessa de ver fogos, mas esses, até hoje não aparaceram. Se compararmos ao Brasil, o Ano Novo em Madrid foi menos alegre que um funeral, mas como cada um tem sua cultura, vale a pena conhecermos e desfrutarmos (mesmo que seja muito aquém da nossa).
Depois disso, voltei logo para o hostel, onde ainda conheci duas colegas holandesas, muito loucas por sinal, já que estavam á procura de pessoas para fazer uma festa em seus quartos. Eu morria de rir, enquanto depois apareceram duas tailandesas procurando um celular perdido, e ainda colegas alemães fazendo uma festa em outro quarto, enquanto um aborígene, ops, um australiano pedia para usar meu computador...e o vigia/recepcionista dormia, talvez ressacado, de tanto que tinha bebido.
Loucuras, que me fazem rir, quando lembro. Voltamos para casa logo às sete da manhã, moídos de cansaço. Por que se tem uma coisa que cansa...é ser turista!

Obrigado Senhor, por esse presente!

Valencia: do Oceanário ao Parque de Diversões

Depois de quatro horas de viagem pelas estradas espanholas, à bordo de um ônibus superconfortável e desfrutando de paisagens "fixes" chegamos na segunda cidade de nosso roteiro, no início da noite. Da Estació de Autobuses até o hostel Indigo (muito bom, por sinal) já pudemos ter uma noção da agradabilidade desse lugar.





Valencia é uma cidade mimosa, também conhecida como cidade da flores. Possui uma leveza no clima,no ar. Senti-me mais jovem do que sou, ao contemplar uma miríade de pessoas fazendo exercícios físicos de todos os estilos. Ao passear pela manhã, atravessamos um parque verde, oo Jadín de Turia, que corta quilômetros do centro valenciano. Nesse parque, encontramos idosos, crianças, casais, famílias inteiras fazendo o velho "cooper", brincando nos escorregos e balanços (sim, os adultos também sobem nos brinquedos e entram na dança), fazendo ginástica. Nossa, muito legal, chega dava vontade de sair correndo também.


Mas o nosso alvo era a Ciutat de les Arts i les Ciències, um lugar fantástico. No primeiro dia visitamos o L'Oceanogràfic, o maior aquário oceanográfico da Europa. Lá, pude ver pela primeira vez, focas, pinguins, leão marinho, baleia branca, flamingos e tantos outros. E, o principal: o show de golfinhos. Um espetáculo emocionante, igual ao dos filmes. Haviam ainda muitas outras atrações, como os túneis dos aquários, por onde nós passávamos e podíamos ter um contato quase que direto com os animais. Vi também peixes dos mais variados tamanhos e cores (impressionantes) e os ctenóforos, um grupo de invertebrados parecidos com águas vivas, porém com uma diferença marcante, seu brilho que no corpo transparente fica bem mais explícito.



Ainda nesse dia, desfrutamos da beleza do El Palau de les Arts Reina Sofía e ainda o L'Hemisfèric, uma sala de cinema em 3D, que não possui tela, os próprios teto e paredes refletem a imagem projetada, uma coisa muito legal. Assistimos um documentário sobre dinossauros voadores e sua evolução, mas na verdade, eu dormi mais do que assiti (:O).




No outro dia visitamos, ainda na cidade das Artes, o El Museu de les Ciències Príncipe Felipe. Aqui há um exposição constante de tudo que se puder imaginar sobre ciência e suas aplicações. É tipo um Espaço Ciência (Recife-PE), só que numa escala muito maior. Foi bastante legal, pois aprendemos a explicação para vários fenômenos e nos divertimos muito, ressaltando que no meu grupo só tinha futuros cientistas (risos), estudantes de Matemática, Física, Química, Biologia e Letras(as colegas desse último curso não gostaram muito do museu, não preciso nem dizer porquê, né?).



Ainda nesse mesmo dia, dei uma volta rápida no centro de Valencia, visitando uma de suas torres, que nos permitem uma vista panorâmica da cidade. Não aconselho para quem tem medo de altura. Um fato engraçado aqui, é que para ter acesso a torre, tem que se pagar um bilhete (2€),
mas nós não sabíamos e entramos sem pagar. Quando estávamos no alto da torres percebemos que todos tinham em sua mão o tal bilhete e aí, descemos em disparada, antes que o guarda nos visse (risos). Isso foi mais uma lição para nós, sobre o que é Europa. As pessoas são honestas e não entram nos lugares sem pagar...mas eles tem que nos perdoar, pois não havia placas nem bilheteria ali. O segurança, a quem se pagava, ficava num lugar no outro lado da rua...quem quisesse entrar, chamava-o!



Aqui, como em Barcelona, comemos várias vezes o clássico kebab, uma espécie de sanduíche, só que com muita carne, verduras e molho. Isso foi nosso sustento na Epanha. Já viramos experts no assunto: em se tratando de kebab, chame-nos.



No mais, é isso. Gostei muito de Valencia. O Hostel em ficamos era muito legal e organizado (com uma diária em torno de 10€). Nossos colegas fizeram amizade com uma sul coreana, ganhando até convite para passar um dias em Frankfurt. Quem sabe eles vão...e eu pego uma carona, hehehehe. Para encerrar, depois de dois dias, seguimos para Madrid, de ônibus, saindo no início da madrugada da cidade das flores e chegando no amanhecer na capital espanhola.

Barcelona

Não sei nem por onde começar, tendo em vista os inúmeros atrativos dessa cidade. Aqui, onde a língua é o catalão(algo parecido com o espanhol), encontrei monumentos, paisagens, situações que vão ficar marcados pra sempre em minha memória.

Após desembarcar no Aeroporto, que é enorme, pegamos um trem e seguimos para o hostel que tínhamos reservado e que ficava à beira mar. O Equity Point Sea é organizado, limpo a conta com funcionários simpáticos e alegres. Como foram mais quatorze colegas comigo, reservamos dois quartos, que possuíam banheiro e comportavam 10 pessoas, cada. A diária ficou em torno de 20€. A passagem de avião custou 18€, pela Easyjet, uma das muitas companhias que operam voos low cost pela Europa.

No primeiro dia, conhecemos o Parc de La Ciutadela, que além de ser enorme e contar com várias atrações, desde uma estufa de plantas exóticas até uma grande mamute de concreto, é muito bonito, cheio de verde e ar puro. Ficamos um pouco tristes, pois em meio à toda beleza, foi na saída desse parque que presenciamos uma turista inglesa ter sua bolsa roubada por dois motoqueiros. Quebrou um pouco o clima de encantamento, mas nada que impedisse o bom andamento do passeio. Aproveito aqui, para elogiar a polícia espanhola, que pasmem vocês, chegou em menos de dois minutos ao local, seguindo na captura dos ladrões. Até hoje não sei qual foi o desfecho dessa história.
Depois disso, ainda conhecemos a Plaça del Toro, onde acontecem as famosas touradas; a Torre Agbar, que é um marco da cidade; o Museu da Music Catalunya e o Teatro Nacional. Ainda pudemos andar por várias ruas e avenidas, conhecendo também a Catedral da Sagrada Família, outro marco, além de passar alguns minutos (que contarão por uma eternidade) no Arc du Triomf, uma praça com uma beleza indescritível, com ar puro, muito verde e convívio, esse último sendo o mais espetacular. A educação das pessoas, a forma de se falar, de se portar...isso torna as paisagens muito mais bonitas.

Nos outros dias (não falarei na ordem, pois não me lembro) fizemos uma verdadeira maratona. Andando de metrô (com uma passagem que lhe dá direito a 10 viagens) conhecemos pontos estratégicos da cidade, orientados por um enorme mapa, nascendo aqui minha habilidade incontestável para interpretação dessas obras cartográficas. Nesse sede turística, conhecemos a Universidade de Barcelona, especialmente o Deptº de Biologia (prefiro a Universidade de Coimbra, com suas batas, cantos e turistas); o Mercat de St. Caterina, que lembrou-me fortemente o Mercado de São José (Recife-PE), carecendo apenas das iguarias encontradas nesse último; o Museu de Picasso, que estava fechado por ser feriado de Natal; Museu de Cera (nem tão fantástico quanto o de Londres); o Mirador de Colomb, uma estátua enorme à beira mar; a Biblioteca Catalunya, que sinceramente nos surpreendeu, por ser feita por pedras sem nenhum acabamento, mas possuir um clima que nem sei explicar, contando com um jardim muito legal; O Museu D'art Contemporani, que tinha umas obras muito loucas; A Font de Canaletes; a Rambla del Mar com as Las Golondrinas, onde senti-me como um pato-pombo, de tanto vê-los em minha frente; fomos ainda à Catedral de Sant Creu que foi um dos clímax da viagem, devido á exuberância e clima do que se vê ali dentro, as pessoas são muito religiosas e as Igrejas refletem isso, permitindo ao visitante o luxo de ter um espaço bem tratado (banhado à ouro) e usado em cerimônias religiosas...não sou católico, mas os templos das igrejas católicas europeias tiram o meu fôlego!!!

Ainda passeando, desfrutamos da beleza do Palau Nacional, antecedido pelos palácios de Eugénia Victoria e o de D' Alfons XIII, com suas escadarias e decorações, realmente fantástico. Sem falar na Font Montjuic que está no centro daquilo tudo e que à noite, proporciona um dos espetáculos mais emocionantes (na opinião minha e de centenas de milhares de turistas e nativos). Um jogo múltiplo de jatos e cores permitem ao espectador uma sensação de completude, usando apenas um material: água. Tudo bem que há uma trilha sonora coadjuvante e o clima inconfundível do Natal, mas a fonte por si só, encanta todos que a visitam.

Ao redor desse "hall" temos o espaço que foi usado nas Olimpíadas, contando com o Palau d Sant Jodi, um conjunto de torres enormes e ainda algumas cascatas artificais que fazem um barulho parecido com as Cataratas do Iguaçu. Ainda não bastasse, temos ao fundo o Estádio Olímpico Lluis Companys e um brinde da Telefonica, a Torre Calatrava (um monumento de arte moderna), que só pelo tamanho já encanta. Esse lugar é tão espetacular, que o visitei duas vezes seguidas no mesmo dia, ao amanhecer e ao entardecer, usando a posição do Sol para obter duas faces diferentes do mesmo lugar. Como dizia Giovanni Improtta: "felomenal"!

O metro de Barcelona é muito bem estruturado, contando com uma rede muito bem difusa por todos os pontos da cidade. Os nomes das estações ainda estão na minha mente: Barceloneta, Poble Sec, Arc du Triomf, Urquinaona, Passeig de Gracía...e esse foi o primeiro metrô europeu que eu conheci. Devo ressaltar que esse meio de transporte é um dos mais perigosos para os turistas, que se forem desatentos, tem suas bolsas e pertences roubados. Mas nada sério, é só não andar dando bobeira.

Dentre tantas experiências, que não caberão nesse post, posso citar algumas: um sacristão me convidando, em meio à vários outros turistas, à vestir o Cristo Crucificado para a Missa do Galo, na Igreja del Carmo, eu ria mais do que tudo, enquanto segurava a escada em que o velhinho estava enrolando a estátua num pano vermelho; uma briga "violenta" entre um garçom e um cliente, com direito à todos os golpes de The Street Fighter; as funcionárias do metrô pedindo para que nossas colegas sambassem, enquanto elas nos davam informações sobre o metrô; o fato dos espanhois preferirem falar inglês ou francês à própria língua nativa; a presença massificada de orientais em todos os lugares que íamos, inclusive no hostel, me sentia muitas vezes no Vietnã ou em Bangladesh; o estranho fato de meus colegas perderem seus pertences misteriosamente, desde chaves e passagens, até celulares e documentos, até hoje não resgatados...

Visitei ainda um estabelecimento todo feito de gelo. O nome do lugar é IceBarcelona, e é todo feito de gelo, dos copos à mobília. Isso me rendeu uma gripe de quase quinze dias, afinal de contas, entrei numa temperatura muito baixa (-14ºc). Valeu a pena pois conhecemos duas peruanas muito engraçadas...

Só faltaram duas coisas: assistir um jogo no Estádio do Barcelona FC ( o que é um bom motivo para voltar à cidade) e andar num teleférico muito alto, por cima do mar. Meus colegas são pirangueiros e medrosos...quem sabe da próxima vez vou com outras pessoas que queiram me acompanhar (risos). E outra coisa não posso deixar de falar: a manobra feita pelo piloto, quando está perto da aterrissagem. O avião vai até em direção ao mar e dá um mega giro de volta à terra firme. Uma loucura para quem está indo pela primeira vez.

O primeiro Natal (a melhor época do ano para mim) longe da família. Mas valeu a pena, diante de tudo que vi e vivi. Se um dia tiver oportunidade, voltarei à Barcelona, principalmente para assistir um jogo no Estádio, que pasmem vocês, deixei passar. Agradeço a Deus por esse presente...minha primeira viagem internacional de turismo que, na verdade, não terminou aqui.

Próximo destino: Valencia!










segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Próxima estación: España


Agora já estamos na segunda quinzena de Janeiro e, finalmente, arranjei uma folga para escrever sobre minha primeira viagem à outro país.

Como alguns já sabem, o destino foi a Espanha. De início não queria muito ir à esse país, tinha outros em mente, mas confesso que, se não tivesse escutado à opinião de meus colegas, com certeza, iria me arrepender. Comigo foram mais quatorze pessoas...que contribuíram para os bons momentos vividos!

Ainda bem que decidimos visitar a terra da paella, da tourada e do flamenco. E digo-vos que é algo extraordinário, embora no frio do inverno, os espanhóis são calorosos e bem receptivos! Saímos dia 22 de dezembro do ano passado e só retornarmos em 1º de janeiro desse novo ano. E , de tudo o que vivemos, tentarei escrever um pouco aqui (pois com certeza não dá pra falar sobre tudo), com algumas fotos. Qualquer dúvida, comentários e elogios serão bem vindos, ou bienvenidos, como dizem os vizinhos!

Começamos por Barcelona, seguindo por Valencia e encerrando em Madrid.
O próximo post será dedicado exclusivamente à Barcelona, até lá!