sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Barcelona

Não sei nem por onde começar, tendo em vista os inúmeros atrativos dessa cidade. Aqui, onde a língua é o catalão(algo parecido com o espanhol), encontrei monumentos, paisagens, situações que vão ficar marcados pra sempre em minha memória.

Após desembarcar no Aeroporto, que é enorme, pegamos um trem e seguimos para o hostel que tínhamos reservado e que ficava à beira mar. O Equity Point Sea é organizado, limpo a conta com funcionários simpáticos e alegres. Como foram mais quatorze colegas comigo, reservamos dois quartos, que possuíam banheiro e comportavam 10 pessoas, cada. A diária ficou em torno de 20€. A passagem de avião custou 18€, pela Easyjet, uma das muitas companhias que operam voos low cost pela Europa.

No primeiro dia, conhecemos o Parc de La Ciutadela, que além de ser enorme e contar com várias atrações, desde uma estufa de plantas exóticas até uma grande mamute de concreto, é muito bonito, cheio de verde e ar puro. Ficamos um pouco tristes, pois em meio à toda beleza, foi na saída desse parque que presenciamos uma turista inglesa ter sua bolsa roubada por dois motoqueiros. Quebrou um pouco o clima de encantamento, mas nada que impedisse o bom andamento do passeio. Aproveito aqui, para elogiar a polícia espanhola, que pasmem vocês, chegou em menos de dois minutos ao local, seguindo na captura dos ladrões. Até hoje não sei qual foi o desfecho dessa história.
Depois disso, ainda conhecemos a Plaça del Toro, onde acontecem as famosas touradas; a Torre Agbar, que é um marco da cidade; o Museu da Music Catalunya e o Teatro Nacional. Ainda pudemos andar por várias ruas e avenidas, conhecendo também a Catedral da Sagrada Família, outro marco, além de passar alguns minutos (que contarão por uma eternidade) no Arc du Triomf, uma praça com uma beleza indescritível, com ar puro, muito verde e convívio, esse último sendo o mais espetacular. A educação das pessoas, a forma de se falar, de se portar...isso torna as paisagens muito mais bonitas.

Nos outros dias (não falarei na ordem, pois não me lembro) fizemos uma verdadeira maratona. Andando de metrô (com uma passagem que lhe dá direito a 10 viagens) conhecemos pontos estratégicos da cidade, orientados por um enorme mapa, nascendo aqui minha habilidade incontestável para interpretação dessas obras cartográficas. Nesse sede turística, conhecemos a Universidade de Barcelona, especialmente o Deptº de Biologia (prefiro a Universidade de Coimbra, com suas batas, cantos e turistas); o Mercat de St. Caterina, que lembrou-me fortemente o Mercado de São José (Recife-PE), carecendo apenas das iguarias encontradas nesse último; o Museu de Picasso, que estava fechado por ser feriado de Natal; Museu de Cera (nem tão fantástico quanto o de Londres); o Mirador de Colomb, uma estátua enorme à beira mar; a Biblioteca Catalunya, que sinceramente nos surpreendeu, por ser feita por pedras sem nenhum acabamento, mas possuir um clima que nem sei explicar, contando com um jardim muito legal; O Museu D'art Contemporani, que tinha umas obras muito loucas; A Font de Canaletes; a Rambla del Mar com as Las Golondrinas, onde senti-me como um pato-pombo, de tanto vê-los em minha frente; fomos ainda à Catedral de Sant Creu que foi um dos clímax da viagem, devido á exuberância e clima do que se vê ali dentro, as pessoas são muito religiosas e as Igrejas refletem isso, permitindo ao visitante o luxo de ter um espaço bem tratado (banhado à ouro) e usado em cerimônias religiosas...não sou católico, mas os templos das igrejas católicas europeias tiram o meu fôlego!!!

Ainda passeando, desfrutamos da beleza do Palau Nacional, antecedido pelos palácios de Eugénia Victoria e o de D' Alfons XIII, com suas escadarias e decorações, realmente fantástico. Sem falar na Font Montjuic que está no centro daquilo tudo e que à noite, proporciona um dos espetáculos mais emocionantes (na opinião minha e de centenas de milhares de turistas e nativos). Um jogo múltiplo de jatos e cores permitem ao espectador uma sensação de completude, usando apenas um material: água. Tudo bem que há uma trilha sonora coadjuvante e o clima inconfundível do Natal, mas a fonte por si só, encanta todos que a visitam.

Ao redor desse "hall" temos o espaço que foi usado nas Olimpíadas, contando com o Palau d Sant Jodi, um conjunto de torres enormes e ainda algumas cascatas artificais que fazem um barulho parecido com as Cataratas do Iguaçu. Ainda não bastasse, temos ao fundo o Estádio Olímpico Lluis Companys e um brinde da Telefonica, a Torre Calatrava (um monumento de arte moderna), que só pelo tamanho já encanta. Esse lugar é tão espetacular, que o visitei duas vezes seguidas no mesmo dia, ao amanhecer e ao entardecer, usando a posição do Sol para obter duas faces diferentes do mesmo lugar. Como dizia Giovanni Improtta: "felomenal"!

O metro de Barcelona é muito bem estruturado, contando com uma rede muito bem difusa por todos os pontos da cidade. Os nomes das estações ainda estão na minha mente: Barceloneta, Poble Sec, Arc du Triomf, Urquinaona, Passeig de Gracía...e esse foi o primeiro metrô europeu que eu conheci. Devo ressaltar que esse meio de transporte é um dos mais perigosos para os turistas, que se forem desatentos, tem suas bolsas e pertences roubados. Mas nada sério, é só não andar dando bobeira.

Dentre tantas experiências, que não caberão nesse post, posso citar algumas: um sacristão me convidando, em meio à vários outros turistas, à vestir o Cristo Crucificado para a Missa do Galo, na Igreja del Carmo, eu ria mais do que tudo, enquanto segurava a escada em que o velhinho estava enrolando a estátua num pano vermelho; uma briga "violenta" entre um garçom e um cliente, com direito à todos os golpes de The Street Fighter; as funcionárias do metrô pedindo para que nossas colegas sambassem, enquanto elas nos davam informações sobre o metrô; o fato dos espanhois preferirem falar inglês ou francês à própria língua nativa; a presença massificada de orientais em todos os lugares que íamos, inclusive no hostel, me sentia muitas vezes no Vietnã ou em Bangladesh; o estranho fato de meus colegas perderem seus pertences misteriosamente, desde chaves e passagens, até celulares e documentos, até hoje não resgatados...

Visitei ainda um estabelecimento todo feito de gelo. O nome do lugar é IceBarcelona, e é todo feito de gelo, dos copos à mobília. Isso me rendeu uma gripe de quase quinze dias, afinal de contas, entrei numa temperatura muito baixa (-14ºc). Valeu a pena pois conhecemos duas peruanas muito engraçadas...

Só faltaram duas coisas: assistir um jogo no Estádio do Barcelona FC ( o que é um bom motivo para voltar à cidade) e andar num teleférico muito alto, por cima do mar. Meus colegas são pirangueiros e medrosos...quem sabe da próxima vez vou com outras pessoas que queiram me acompanhar (risos). E outra coisa não posso deixar de falar: a manobra feita pelo piloto, quando está perto da aterrissagem. O avião vai até em direção ao mar e dá um mega giro de volta à terra firme. Uma loucura para quem está indo pela primeira vez.

O primeiro Natal (a melhor época do ano para mim) longe da família. Mas valeu a pena, diante de tudo que vi e vivi. Se um dia tiver oportunidade, voltarei à Barcelona, principalmente para assistir um jogo no Estádio, que pasmem vocês, deixei passar. Agradeço a Deus por esse presente...minha primeira viagem internacional de turismo que, na verdade, não terminou aqui.

Próximo destino: Valencia!










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